O QUE MAIS ME MARCOU FOI O TÍTULO DA GAZETINHA INTERNACIONAL. NA SEMIFINAL NÓS VENCEMOS O FLAMENGO E, NA DECISÃO, O RIVER PLATE (ARGENTINA). FOI AÍ QUE O RUBRO-NEGRO CARIOCA ME CONVIDOU PARA JOGAR NO RIO.
*Veja o depoimento de Sávio publicado no Jornal A Gazeta, na edição do dia 27 de novembro de 2016
“Nasci no dia 9 de janeiro de 1974, em Vila Velha, e meus primeiros
passos no futebol foram no bairro Cobilândia, onde morava. Comecei a
dar os primeiros dribles e a fazer os primeiros gols aos 8 anos, na
escolinha Fluminensinho.
Depois disso, por volta de 1988, vendo que eu tinha potencial, minha
família me tirou do bairro e me colocou para jogar na Desportiva. O
time grená tinha uma boa estrutura na época. Na Tiva, vestindo a
camisa 11, disputei duas vezes a Copa A Gazetinha (86 e 87) e fui
campeão nas duas ocasiões. O que mais me marcou foi o título da
Gazetinha Internacional. Na semifinal nós vencemos o Flamengo e, na
decisão, o River Plate (Argentina). Foi aí que o Rubro-Negro
carioca me convidou para jogar no Rio.
Me apresentei na Gávea, aos 14 anos, para ficar nas categorias de
base. O início foi difícil, por causa da distância. Nunca tinha
nem visitado o Rio. Fiquei cerca de um ano sem ver meus pais.
Após ficar um ano assim, me mudei para o centro de concentração
do Flamengo, onde morei por cinco anos. Fui campeão carioca juvenil
em 1988. Depois, em 89, 90 e 91. Por Causa desses números, subi para
o profissional em 1992.
Meu começo no time profissional foi o melhor possível. Aos 18 anos,
jogando ao lado de Paulo Nunes, Djalminha, Júnior Baiano e
companhia, fui campeão brasileiro. Mesmo nçao tendo uma grande
regularidade, adquiri experiência, e o torcedor passou a me
conhecer. Porém, em 1993 voltei para o juniores para jogar o Carioca
e mais uma vez fui campeã.
Quando o Júnior voltou ao Flamengo em 1993, desta vez como
treinador, ele me levou de volta para o profissional. Foi com ele que
me firmei na equipe principal como titular. O Júnior teve calma e me
projetou no momento certo. Hoje somos amigos e, inclusive, foi ele
quem escreveu a introdução do meu livro “Sávio – Dribles
Certeiros de uma Carreira de Sucesso”.
Firmado no profissional, minha vida mudou e pude ajudar a minha
família. Em campo, as coisas davam certo e o sucesso veio.
Em 1995, ano em que o Flamengo comemorava o centenário, formeu o
“ataque dos sonhos” ao lado de Romário e Edmundo. O clima não
era dos melhores, mas não guardo mágoa de ninguém.
Com o nome consolidado aqui no Brasil, me transferi para o Real
Madrid, em 1997. Larguei o verão do Rio pelo frio da Espanha. Essa
foi a minha maior dificuldade na Europa. No clube espanhol fui bem
recebido por todo mundo. Vivi momentos ótimos no Real. Diferente de
outros lugares, lá o comprometimento com a camisa do clube chamava
atenção. Antes da individualidade estava o coletivo e a história
do time. As lesões me atrapalharam na Espanha, mesmo assim
conquistei três Ligas dos Campeões.
Fui titular da Seleção Brasileira principal e Olimpíada por três
anos consecutivos: 94, 95 e 96. Fomos vice-campeões da Copa América
do Uruguai em 1995, quando perdemos a final nos pênaltis para os
donos da casa. Esse foi um momento que marcou bastante. Ganhei o
Pré-Olímpico contra a Argentina, lá na Argentina, e fiz o gol do
título.
Outro momento histórico foi ganhar o bronze em Atlanta com a seleção
olímpica. Guardo a medalha na minha casa com muito carinho. A única
coisa que lamento foi não ter atuado mais vezes na Seleção quando
estava no Real Madrid. Por alguns motivos eu não era convocado.
GOL AZUL
É um prazer imenso ser o embaixador da Ames (Associação dos Amigos
dos Autistas do Espírito Santo). Fico feliz em poder ajudar de
alguma forma uma ação tão importante e séria. Em 2014, até para
chamara atenção da população capixaba, criamos o Gol Azul. A
edição deste anos será a terceira.
Fonte: Jornal A
Gazeta